sexta-feira, 25 de maio de 2018

Vadeia Sampa Mulheres da Garoa

por Julia Cruz
Mulher da Garoa



“Quem nunca viu a capoeira acontecer no Vadeia Sampa vai ver, no Vadeia Sampa vai ver” foi a canção que abriu o Vadeia Sampa Mulheres da Garoa na última sexta-feira, 18 de maio. O evento, que já é uma tradição na cidade de São Paulo, busca expressar a essência da capoeira paulista através do resgate da capoeira “vadiação”, desprendida de grupos ou camisas, simplesmente “vadiada”, “brincada”, mas sempre mantendo o caráter de resistência cultural que essa arte representa.
No entanto, essa 7ª edição foi especial, pois foi pela primeira vez organizada por mulheres capoeiristas, o Coletivo Mulheres da Garoa. Assim, o evento trouxe o olhar e a força da mulher na capoeira, resultado de um movimento que busca romper barreiras e preconceitos, ainda fortemente presentes no ambiente dessa arte, historicamente predominado pelo público masculino.
Capoeiristas de diversas partes de São Paulo, lideranças como contramestra Vermelha (Viviane G. Rodrigues), as professoras Raposa (Simone Rueda), Dani Cavalcante, Boca (Alessandra Braga), Aline Longui e Pollyana Felix, idealizadora do Mulheres da Garoa, e outras tantas capoeiristas, prepararam o evento durante os últimos meses, com ensaios e treinos, e proporcionaram momentos emocionantes.
Entre eles, a homenagem a três grandes mestras na capoeira paulista: mestra Mara, mestra Luana e mestra Ana Lucia Sarue, que receberam palavras de carinho e gratidão de alunas e afilhadas que as presentearam com uma placa entregue a cada uma durante o evento.
Outro momento foi, ainda na abertura, uma homenagem à cantora e compositora Dona Ivone Lara. Ao som da bateria de capoeira, a estagiária Claúdia Anhuma entoou clássicos da cantora, acompanhada de um coro forte e marcante do público presente.
O evento, realizado em parceria com o CDC CURTBALL, foi construído com o apoio dos mestres Cacá e Eduardo Rodrigues Negão, idealizador do Vadeia Sampa, entre outros que também apoiaram e estiveram presentes. Para Eduardo Negão, “neste dia, elas protagonizaram momentos memoráveis de tão especiais. Mais de 300 pessoas presentes, uma parte musical muito bem ensaiada com o timbre feminino que é sempre mais afinado, homenagens emocionantes, jogos em alto nível entre as mulheres e muito mais. Mas para mim, a grande lição e característica dessa 7ª edição do Vadeia Sampa foi a presença também de diversos mestres de capoeira e uma massa de capoeiristas homens, que vieram definitivamente apoiar, prestigiar e apoiar essa linda iniciativa das mulheres”.
“O Vadeia Sampa mulheres da garoa 2018 foi um marco na Capoeira Paulista”. “O momento da consagração das mulheres em um dos palcos mais respeitados da Capoeiragem, o Vadeia Sampa! O coletivo Mulheres da Garoa foi fundamental neste processo, da idealização à realização! Excelente trabalho”, completou mestre Cacá, do Zungu Capoeira.

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