terça-feira, 31 de outubro de 2017

Aline Longui



Nome: Aline Cristina de Oliveira Longui
Apelido na capoeira: Longui
Nascida: 15/07
Professora do grupo Candieiro - Jundiaí
Outra especialidade cultural além da capoeira: Tenho formação em Dança e Consciência corporal (Pós graduação - Universidade Gama Filho), cursos - Instituto Brincante (Antonio Nóbrega), atuando nas Danças Populares brasileiras, como o Frevo, Dança dos Arcos (Cavalo Marinho), Cacuriá, Coco de roda, etc... (Ao qual fui convidada a ministrar vivências em diversos estados do Brasil, e alguns países como Venezuela, Romênia e Alemanha. Também com especialização em danças circulares sagradas. Oficinas boneca de pano Abayomi (ao qual ministrei oficina no Ministério da Cultura de Aragua / Venezuela, e diversos estados do Brasil). Participação como coreógrafa em eventos relacionados a cultura afro-brasileira, como danças, teatralização musical e palestra vivenciada.


Relação com a capoeira:
"Iniciei na Capoeira em 1997 com Mestre Dentinho em Jundiaí (atualmente grupo Candieiro Capoeira), com apoio da minha família e principalmente de meu avô (in memorian) que sempre me incentivou ao esporte, me apaixonei desde o primeiro contato, tive muitos obstáculos no caminho, ao qual transformei em degraus, iniciei a faculdade de educação física por incentivo da Capoeira, no segundo ano da faculdade engravidei, pensei que tudo havia acabado, pois assumi o meu filho sózinha, mas graças ao apoio dos meus pais continuei no meu sonho, muito trabalho, treinos e uma nova vida com meu filho e muitas responsabilidades, fui muito criticada por ser mãe - capoeirista e ter que viajar muitas vezes em busca de meu sonho, pensei várias vezes que não conseguiria, mas as alegrias sempre foram mais fortes, meus alunos, minhas superações, minha família me fortalecendo até hoje. A capoeira me levou ao imenso mundo das danças populares ao qual me apaixonei, e me inspirou a buscar mais conhecimento, fiz pós graduação em dança e consciência corporal, diversos cursos de Danças Populares, que me abriram grandes portas e possibilidades profissionais. Já vivi muitos momentos de plena felicidade dentro da capoeira, como conhecer antigos mestres, me emocionar com a fala deles (até hoje sinto isso), e também uma das maiores alegrias foram meus primeiros convites internacionais para desenvolver trabalho com a capoeira e as danças populares, esse reconhecimento é gratificante, mas sei o longo caminho ainda para percorrer e aprender nesse mundo tão rico culturalmente. Por sentir sempre a necessidade de apoiar, valorizar e empoderar as mulheres na capoeira, por diversas situações de machismo que vivi e presenciei, senti a necessidade de realizar um evento feminino e aconteceu 03 edições, evento chamado Bate palma pra Ela, em minha cidade, parei por dois anos, por não sentir apoio, e me fortaleci este ano para realizar a Quarta Edição, iniciei também um coletivo de mulheres capoeiristas de Jundiaí e região, com o intuito de fortalecer vínculos entre as mulheres  independente de grupo ou bandeira, sei que a tarefa não é fácil mas não desisto. Tudo que sou e que tenho devo e dedico a capoeira, me transformou como mulher, mãe, filha, capoeirista, é a capoeira quem sempre me acolheu, me deu os melhores amigos e momentos, resgatou minha identidade cultural, minha ancestralidade, me empodera, me fortalece, realmente "É tudo que a boa come!"

Porque está neste projeto:
"Primeiramente porque acredito no poder do coletivo, paralelo a isso acredito que a capoeira foi e sempre será instrumento de transformação social, e essa proposta vem de encontro ao contexto do processo histórico do Brasil, que se fortalece pela sua cultura, pela comunhão, pela partilha, pelas trocas, pela resistência e se propaga pelo mundo e viver isso em outros continentes é maravilhoso pelas trocas culturais, e aprendizados que nos conectam com nossa ancestralidade e dá mais sentido a nossa luta!"

Elisabeth Sorriso



Nome: Elisabeth da Silva Santos
Apelido na capoeira: Sorriso
Nascida: 24/10/2001
Aluna da Professora Dani do grupo Aidê Capoeira, mestrando Azedo.
Outra especialidade cultural além da capoeira: 
Experiências em algumas manifestações.

Relação com a capoeira:
"Conheci a capoeira no projeto Cer (Centro educacional recreativo) em 2009, em São Vicente no litoral de SP, eu tinha 08 anos de idade quando eu fui desafiada pelas minhas amigas a fazer uma semana de capoeira, no começo eu estava fazendo de brincadeira, mas quando eu fui reparar eu já estava me envolvendo cada vez mais, como era uma das mais novas foi bem difícil para pegar as coisas, daí com o tempo acabou virando um vício para mim, com um tempo as meninas foram parando e acabei ficando só eu e minha irmã. Hoje eu vejo que aquilo que seria uma brincadeira, acabou virando uma grande parte de mim. Momentos marcantes que eu tive e tenho, como a primeira vez que eu fui para São Paulo na Bela Vista em 2012, esse evento foi importante para mim porque fez eu ver que a capoeira era além do que eu pensava, mas o que me marcou muito foi quando eu peguei minha última corda infantil com 14 anos, foi quando minha família viu que a capoeira é importante para mim."

Porque está neste projeto:
"Ser indicada para participar foi a minha primeira motivação e ver que o que eu achava que era só uma bobeira de criança hoje se transformar em uma oportunidade de conhecer outro país com as mulheres da garoa se torna incrível, mas o que me motivou mais foi fortalecer o coletivo e unir as mulheres."

Lisandra Flor de Lis



Nome: Lisandra Arantes Carvalho
Apelido na capoeira: Flor de Lis
Nascida: 22/09/1976
Professora, treina com a CM Natália do Grupo Família Irmãos Unidos - FIU
Outra especialidade cultural além da capoeira: 
Experiências em algumas manifestações populares.

Relação com a capoeira:
"Passei  boa parte da vida dizendo que queria fazer capoeira, mas não me sentia capaz eu acho. Até que aos 25 anos, já formada advogada, feminista desde nascida e levada por uma amiga (Bibi) comecei a treinar em um pequeno grupo chamado Negros de Aruanda, do Mestre Salgado, na Pompéia/SP. Em 2004 tive que me mudar para Brasília, já iniciada na capoeira há dois anos, encontrei o grupo UCDF Capoeira, do Mestre Foca e Mestra Suely e treinando e perseverando descobri que, de fato, era capaz e podia sim ser capoeirista. Foram 12 anos de muito aprendizado em Brasília, duas vezes grávida, duas vezes carregando menino no colo, tantas vezes com dores, mas eu estava lá, jamais deixei de estar. Sequer imagino como seria minha vida sem a capoeira hoje. Formada professora, mais uma vez a vida mudou e voltei para São Paulo com um filho pela mão (Jorge) e um na barriga (Artur), sozinha, sem grupo, sem referências, conheci minha estrela da sorte, a Contramestra Natália FIU, minha referência a quem considero mestra e quem reabriu as portas e janelas da capoeira e cultura popular para mim. Foi então que, em meados de 2017, o grupo Família Irmãos Unidos, liderado pelo Contramestre Sidnei, generosamente me recebeu como integrante. Hoje faço parte dessa família como se nela tivesse nascido. Meus filhos estão crescendo: Jorge 09 anos e Artur 02 anos e aprendendo que a capoeira e a cultura popular são meus alicerces de vida, minha fonte de energia e meu orgulho. Se eu fosse musicar a minha vida hoje, seguramente esse disco começaria assim: < Sem Capoeira eu não posso viver... sou peixe fora do mar... passarinho sem voar...>!"

Porque está neste projeto:
"O coletivo feminino, integrar e conhecer essas mulheres poderosas, fortes e motivadoras. Participar de um trabalho que incentiva a mulher capoeirista e acima de tudo colabora para que possamos progredir na igualdade de gênero em todos os campos da sociedade, especialmente, neste caso, na Capoeira."

Cíntia Feitiça



Nome: Cíntia Vitorino Santos
Apelido na capoeira: Feitiça
Nascida: 01/08/1974
Instrutora do Grupo União Capoeira, Mestre Assombroso
Outra especialidade cultural além da capoeira: Maculelê e Dança Afro.


Relação com a capoeira:
"Não tenho um trabalho de capoeira (alunos), mas participo efetivamente de todas as atividades do meu grupo, auxiliando meu mestre na organização de eventos e durante as aulas. Sempre o acompanho em viagens e eventos de capoeira, o que me permite conhecer e treinar com mestres de muitas regiões de São Paulo e outros Estados, o que é muito enriquecedor.  Participo do evento Capoeirando em Ilhéus, organizado pelo Mestre Suassuna desde 2005, vivência essa que me agrega muito aprendizado e grandes amizades."

Porque está neste projeto:
"Já estava acompanhando a viagem e o último evento da Escola Cultural Zungu Capoeira na Indonésia através do Facebook da Pollyana, e estava maravilhada com o grande trabalho e as paisagens da região. Quando via a chamada, achei muito interessante a ideia do coletivo e da força feminina. Obrigada pela oportunidade de aprender e vivenciar novas experiências!"

Elaine Nanny



Nome: Elaine Carvalho França
Apelido na capoeira: Nanny
Nascida: 07/05/1987
Monitora do Grupo Cordão de Ouro, Professor Marcus Preguiça
Outra especialidade cultural além da capoeira: 
Experiências em algumas manifestações populares.

Relação com a capoeira:
"Cresci longe de meus pais biológicos e aos 12 anos de idade entrei em um abrigo para menores incapazes onde permaneci até os 22 anos. Neste mesmo local aos 16 anos tive o meu primeiro contato com a Capoeira. Em relação as músicas e aos toques, foi amor a primeira vista, mas aconteceram algumas coisas que (neste momento não cabe mencioná-las) não me permitiram praticar o esporte na integra. Mas com esse desejo latente e gritante dentro de mim, na primeira oportunidade que me vi livre dessa opressão, fui atras e encontrei o grupo no qual faço parte: Cordão de Ouro. Sou tão apaixonada pela capoeira e tão grata por tudo o que ela fez por mim que nem se eu me derramasse em rios de sangue por ela, pagaria a minha dívida. Hoje graças a DEUS e a ela eu tenho um emprego (trabalho dentro da fundação CASA dando aulas de capoeira "sou arte educadora") tenho um pai adotivo (meu professor que faz de tudo por mim) e busco da melhor forma possível devolver e me envolver em todo esse amor e cuidado que a capoeira tem por mim."

Porque está neste projeto:
"Principalmente o fato de ser para mulheres. Seria bom não precisar dessa nomenclatura, mas infelizmente neste momento que ainda estamos vivendo na história da Capoeira e da humanidade em si, isso se faz necessário!"

Renata Trakinas



Nome: Renata Aparecida Silva
Apelido na capoeira: Trakinas
Nascida: 29/08/1983
Instrutora do Grupo Capoeira Brasil, Formando Pit Bull
Outra especialidade cultural além da capoeira: Samba de roda e Maculelê.


Relação com a capoeira:
"Meu contato com a capoeira oficialmente foi aos 04 anos de idade, com meu pai Mestre Jacaré de Diadema na Associação de Capoeira Quilombo dos Palmares. Com ele permaneci até 2004, onde me formei. Entretanto vivenciei os melhores momentos e experiências da minha vida, entre treinos, eventos, campeonatos, auxiliando meu pai, ministrando aulas. Em 2009, decido viver novas experiências e fui acolhida pelo Mestre Panda do Grupo Capoeira Gira Mundo, em um grupo de Capoeira contemporânea. Foi onde tive a oportunidade de começar um trabalho com a capoeira, e formei uma turma onde eu lecionava aulas para crianças e adolescentes de uma comunidade carente. Infelizmente em 2010 eu sofri um trauma na roda, onde a consequência foi uma hemorragia no olho direito e o deslocamento da retina no olho esquerdo. Esse episódio fez com que eu me afastasse da capoeira para cuidar da saúde. Passei por três cirurgias do deslocamento da retina e quase perdi a visão. Fui proibida por ordens médicas de praticar qualquer atividade física intensa que eu possa sofrer uma queda, ou outro trauma. Permaneci 05 anos afastada da Capoeira, onde fiquei com depressão, e em maio de 2017 eu retornei, alias fui resgatada por um amigo pessoal, o Formando Pit Bull e hoje faço parte do Grupo Capoeira Brasil, onde tenho incentivo e apoio, atualmente como instrutora de Capoeira, ajudando na organização dos eventos da equipe e em breve retorno às aulas para crianças. Minha volta hoje me deixa feliz, estou vivenciando novas experiências, fazendo novas amizades e participando de eventos importantes no mundo da capoeira. Eu voltei para ficar e a Capoeira sempre esteve de braços abertos e me acolheu. Resiliência e gratidão são as palavras que me definem!"

Porque está neste projeto:
"O convite da minha amiga Goianinha, me motivou ainda mais a vivência, novas experiências e quem sabe essa será minha primeira viagem internacional através da capoeira. É uma honra poder fazer parte dessa seletiva, fazer parte dessa equipe onde iremos trabalhar em prol de todas. E entre tantas mulheres maravilhosas, quem for selecionada para ir à Indonésia representará bem as que aqui ficarem. Juntas somos mais fortes! Axé Mulheres da Garoa na Ilha da Magia!"

Helen Caranguejo



Nome: Helen de Carvalho Fagundes
Apelido na capoeira: Caranguejo
Nascida: 14/06/1988
Monitora do Grupo Arte Negra, Mestre Lapa.
Outra especialidade cultural além da capoeira: Samba de roda e dança Afro.


Relação com a capoeira:
"Comecei a capoeira em 1995 com o pai Mestre Fagundes e o CM Mineirinho, ambos formados pelo meu mestre atual, o Mestre Lapa. Por conta dos estudos permaneci um tempo afastada e quando retornei vi que era isso mesmo que eu queria para mim, que era dar continuidade e levar a capoeira a diante. Sabemos que o mundo da capoeira é grande e que somos nós que devemos nos adequar a ela. Foi então que comecei a correr atrás de conhecer pessoas, histórias, buscar conversar com os mais velhos e conhecer um pouco mais. Em 2013, conheci na roda da República, o Mestre Ananias, busquei conhecer mais as pessoas e suas histórias, fiz minha primeira viagem para a Bahia onde conheci o evento do Mestre Suassuna "o capoeirando" experiência essa que guardo com muito prazer e tento sempre colocar em prática tudo o que aprendi e vivi. Na segunda viagem para Bahia, fui conhecer um pouco mais sobre a vida do Mestre Ananias, o lugar que ele nasceu, amigos e conhecer também um pouco mais das histórias e curiosidades que o nosso samba de roda trás. Atualmente, além da Capoeira faço aulas de dança afro-brasileira e também faço parte de um bloco afro onde é composto apenas por mulheres. As experiências marcantes que trago comigo, são as viagens que consegui fazer, pois foram sonhos realizados, o prazer de participar de rodas de conversas com aqueles mestres que você admira. Cada momento que vivi tento fazer deles como se fossem os únicos."

Porque está neste projeto:
"O que me motivou a participar foi a curiosidade de conhecer o projeto e ao mesmo tempo o trabalho coletivo e a construção do processo."

Alessandra Boca



Nome: Alessandra Braga de Morais
Apelido na capoeira: Boca
Nascida: 22/06/1971
Professora do Centro Cultural Axé Dendê, Contra Mestre Preto.
Outra especialidade cultural além da capoeira: Estudo todas as vertentes culturais que acompanham a capoeira, jpa fiz algumas palestras de Samba de Roda e ministrei vivências de maculelê.


Relação com a capoeira:
"Meu primeiro contato com a capoeira foi no ano de 1982, por excessiva e extrema negação de minha família fui obrigada a me afastar, retornei efetivamente no ano de 1990, na cidade de Arraial D'Ajuda com Mestre Raílson, Capoeira Sul da Bahia, onde permaneci por 24 anos. No ano de 2000, me mudei para Jaguariúna/SP, juntamente com meu irmão, minha mãe e meu filho, também capoeiristas por influência minha, para abrir um trabalho de Capoeira na cidade. Tenho formação acadêmica em Pedagogia, curso que me dá grande respaldo. Atualmente dedico em tempo integral minha vida a Capoeira, trabalho exclusivamente com o ensino da arte, em quatro escolas de ensino privado, dois projetos da Prefeitura e academia. Um grande marco na minha trajetória, foi no dia 28/09/2017, onde recebi da prefeitura de Jaguariúna/SP, na Câmara dos Vereadores, uma homenagem referente ao meu trabalho realizado com a capoeira na cidade, na cerimonia estiveram presentes grandes Mestres. Um feito significativo para a Capoeira, foi quando apresentei a Lei que Jaguariúna reconhece a Capoeira como Patrimônio Cultural da Cidade, em tramites finais de aprovação. Hoje em dia realizo meu trabalho sob a supervisão e parceria de meu mestre Preto, com vários projetos em andamento. Tenho quatro (04) filhos que são diretamente ligados ao meu trabalho. E tudo valeu a pena!"

Porque está neste projeto:
"Minha motivação principal foi a proposta do projeto, que além de levar a Cultura da Capoeira ao mundo, promove a integração dos envolvidos."

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Júlia Calada



Nome: Júlia Andrade da Cruz
Apelido na capoeira: Calada
Nascida: 27/10/1986
Aluna avançada do Grupo Geração Capoeira, Mestre Bambu.
Outra especialidade cultural além da capoeira: 
Experiências em algumas manifestações.

Relação com a capoeira:
"Comecei a treinar capoeira em 2002, com 15 anos, na academia do Mestre Bambú, no bairro da Aclimação. Foi meu primeiro contato e, desde então, minha ligação com a capoeira se tornou cada vez mais forte. Junto com o grupo, Mestre Bambú, nosso padrinho Mestre Zé do Lenço, da Bahia, e meus amigos, contramestre Pardal, e os professores Bixiga, Pavio, Royal, Jaque, Forró aprendi a respeitar a capoeira em cada um de seus rituais, suas tradições, respeitar sim os mais velhos, e principalmente a ouvi-los, ter em seus ensinamentos a maior riqueza que podemos levar para a vida em tudo o que a gente realizar, seja dentro ou fora da capoeira. Aprendemos também o quanto a capoeira é identidade, o quanto ela representa a luta do povo negro por sua libertação e o quanto ela está profundamente ligada à história do Brasil. Nesse sentido, há cerca de três anos, iniciamos um projeto na UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo) com o objetivo de oferecer, proporcionar essa arte a alunos de escolas públicas. De inicio, o foco tem sido estudantes e também moradores do bairro da Bela Vista, mas o plano é estender para as demais regiões da cidade. O projeto está sendo realizado pelo nosso grupo, Geração, em parceria com o Grupo Quilombolas de Luz, representado pelo professor Carlos Quilombola, e atende hoje cerca de 150 pessoas, principalmente crianças e adolescentes. Uma das atividades do projeto é realizar apresentações de capoeira nas escolas e é impressionante como ela é pouca conhecida entre a juventude. Algo que parece totalmente invertido no que se refere à valorização da nossa cultura, e acredito não ser muito diferente em relação a outras manifestações populares como Samba de Roda, Coco de Roda e Jongo. Manifestações essas, inclusive, que só pude ter o prazer de conhecer através da capoeira. Ela tem mesmo muito a nos ensinar! Muito importante para mim também têm sido os treinos especiais de mulheres, organizados pela Contramestra Natália. Há quase um ano participo dessas atividades que são enriquecedoras. São treinos, musicalidade, encontros, conversas sobre capoeira, cultura popular e, principalmente a importância das mulheres se organizarem enquanto fortes representantes da nossa arte!"

Porque está neste projeto:
"Poucas vezes eu pude viver na capoeira ações de integração tão forte, que envolvessem tantas pessoas de grupos diferentes, com histórias diferentes, com trabalhos incríveis. E se o objetivo é compartilhar a nossa cultura com outros povos, trocar experiências com outras culturas, ensinar e também aprender, tenho certeza que é algo de muito valor e faço parte disso com o maior orgulho!"

Victória Pimenta Oncinha





Nome: Victória Pimenta Agustinho
Apelido na capoeira: Oncinha
Nascida: 21/09/1999
Aluna do Grupo Família Irmãos Unidos, Contra Mestre Arthur.
Outra especialidade cultural além da capoeira: Samba de roda, Jongo, Coco de roda e maculelê.


Relação com a capoeira:
"Conheci a Capoeira através de meus primos, e desde então comecei a treinar na casa de cultura da Brasilândia, em 2014. No começo não era nada sério, eu ia por lazer. Até que tive uma fase ruim na minha vida, e a capoeira foi o que me ergueu e me mostrou um novo mundo cheio de oportunidades, amizades, conhecimento, amor, carinho, respeito e felicidade. Onde cada dia foi me mostrando coisas novas, abrindo novas portas, e fui vendo que da dedicação e esforços, surgem os resultados e os melhores possíveis."

Porque está neste projeto:
"Ter pessoas do meu convívio, ver as grandes referências que temos hoje, ter apoio delas e ver elas girando o mundo. E porque não tentar, nada é impossível. Me superar, tirar o pessimismo de ser aluna, e pensar: "eu não consigo", se eu não for e tentar, eu nunca vou saber se conseguiria! Mostrar que não é porque somos mulheres, que não podemos girar o mundo e fazer as coisas acontecerem, mostrar para o mundo nossa força. E as propostas apresentadas pela organização foram muito motivadoras e dar está oportunidade para todas, de aluna a professora é muito legal. Para todas se sentirem a altura, ter o otimismo de tentar, fazer e conseguir o objetivo."

Sangela Baianinha



Nome: Sangela Nunes de Souza
Apelido na capoeira: Baianinha
Nascida: 08/05/1994
Graduada do Grupo Ginga Bahia, Mestre Babalu e professor Marcelinho.
Outra especialidade cultural além da capoeira: Samba de roda, maculelê e estou me formando professora de Yoga.


Relação com a capoeira:
"O meu primeiro contato com a capoeira foi aos seis (06) anos de idade, na minha cidade natal em Juazeiro da Bahia, o meu irmão mais velho praticava e eu sempre o acompanhava e participava dos treinos, rodas e eventos. Em 2003 mudei para morar com a minha mãezinha em São Paulo e em 2010 conheci o Grupo Ginga Bahia do mestre Babalu que me acolheu muito bem e me deu uma família linda que me fez se apaixonar mais e mais pela capoeira."

Porque está neste projeto:
"Todo o projeto Mulheres da Garoa é maravilhoso! A minha motivação vem da oportunidade de representar a capoeira feminina de São Paulo, de conquistar cada vez mais espaço e visibilidade para todas as mulheres dentro e fora da capoeira e em fazer parte desse coletivo de irmãs incríveis, guerreiras, que representam a nossa arte e a nossa cultura de forma linda, inteligente e espetacular."

Agata Rosa Negra



Nome: Agata Stefanie Pereira Rosa
Apelido na capoeira: Rosa Negra
Nascida: 11/02/1994
Aluna do Grupo Capoeira Nossa Arte, Mestre Gérson.
Outra especialidade cultural além da capoeira: Samba de roda.


Relação com a capoeira:
"Comecei capoeira no projeto Escola da família aos 9/10 anos, porque minha irmã e a minha mãe achavam bonito. Lá dei meus primeiros passos, fiquei no projeto por quase dois anos. Dois anos depois voltei para a capoeira treinando com o Mestre Gérson (com quem treino até hoje). Voltei para capoeira porque meus pais achavam importante eu fazer uma atividade física e diminuir meu tempo ocioso. Lá com um pouco mais de idade pude me dedicar mais e ais poucos a capoeira foi se tornando fundamental em minha vida. Me ajudou a ser melhor como pessoa e a lutar pelos meus objetivos, conhecer minha origem, viver experiências que sem ela provavelmente eu jamais viveria... A capoeira influenciou na minha escolha profissional e me ajuda a conquistar a tão sonhada formação acadêmica, sendo atleta da universidade na modalidade Capoeira. O que mais amo na capoeira é ela ter espaço para todo mundo, independente do seu objetivo quando resolve ser capoeirista, ela sempre te acolhe e te faz se destacar pelo seu melhor, não precisa ser bom em tudo, só precisa se dedicar a ela e encontrará o melhor caminho para seguir." 

Porque está neste projeto:
" Uma experiência para levar para vida! Poder fazer parte de um coletivo de mulheres num mesmo objetivo, de unir forças, me alegra. A curiosidade e oportunidade de levar a capoeira e ser levada por ela à lugares e culturas diferentes e poder retribuir um pouco do que ela me deu é motivador."

domingo, 29 de outubro de 2017

Hélia Goianinha



Nome: Hélia Cristina Pereira Macedo
Apelido na capoeira: Goianinha
Nascida: 20/04/1976
Aluna do Grupo Senzala do Mestre Flávio Caranguejo
Outra especialidade cultural além da capoeira: Jongo.


Relação com a capoeira:
" A minha relação com a capoeira começou em Salvador ao assistir uma Roda no Mercado Modelo. Ali eu me apaixonei! Retornei de viagem e logo comecei a treinar. Porém, naquela época eu havia sofrido um acidente de moto com rompimento dos ligamentos do braço esquerdo. Não tinha mais força motora alguma nesse membro. Com ajuda dos treinos, fui recuperando gradativamente a força, o que me trouxe muito estímulo. Desde então, nunca mais parei de treinar. Busco, na medida do possível, participar de eventos de Capoeira e Multiculturais em várias cidades do país e também fora dele. Em fevereiro/2016 tive a minha primeira experiência internacional participando do Evento Grupo ONA-RERÊ no Chile. Em junho/2017 participei do evento GRUPO PURA ENERGIA em Portugal, evento GRUPO LEMBRANÇA NEGRA na Itália, evento MULHEREÇA na Inglaterra e evento GRUPO SENZALA na França. Para outubro/2018 almejo participar dos eventos so GRUPO ZUNGU na Indonésia através do Projeto MULHERES DA GAROA NA ILHA DA MAGIA"

Porque está neste projeto:
"Acredito que a minha maior motivação é a paixão que tenho pela Cultura Popular Afro-brasileira e a enorme vontade de me tornar uma disseminadora da nossa Arte Cultura, levando-a além das fronteiras."

Nanny Cigana


Nome: Neryane Almeida dos Santos
Apelido na capoeira: Cigana
Nascida: 22/06/1997
Aluna avançada do Grupo Guaraúna do Professor Buiu (Lenílson)
Outra especialidade cultural além da capoeira: Samba de roda e Maculelê.


Relação com a capoeira:
"Uma relação bem intensa! Comecei a treinar Capoeira com 10 anos de idade na região do Grajaú em uma comunidade, no Grupo Mensageiro Capoeira, com o Professor Buiu por influência de amigas tendo a Capoeira como brincadeira e desde então não parei mais, e hoje, tenho a Capoeira como uma parte de mim. Tenho muitos momentos marcantes, como o momento do Batizado, eventos que realizamos, mais algo que me deixou muito feliz e marcou muito, foi minha viagem para Minas Gerais sem meu professor, com uma aluna iniciante. Nessa viagem consegui ter uma visão diferente, vi quanta responsabilidade tenho e vou ter, vi o quanto a Capoeira é única independente de onde esteja e também reconheci a confiança que meu Mestre tem em mim."

Porque está neste projeto:
"Ser convidada a participar foi a primeira motivação, mais lembrar que ontem eu era uma menininha sem interesse, tendo a Capoeira só como uma brincadeira, criada dentro da favela, e hoje estar indo conhecer outro país representando as Mulheres da Garoa, isso me motiva muito mais! Creio que essa oportunidade irá abrir outras e outras portas, que cada momento junto com uma outra cultura só irá somar no conhecimento de cada mulher presente e as que não estarão presente também." 

Elizabeth Chigo Garibaldinha



Nome: Elizabeth Chigo Barbosa
Apelido na capoeira: Garibaldinha
Idade: 21 anos
Estagiária do Grupo Meninos de Salvador Capoeira do Mestre Garibaldo.
Outra especialidade cultural além da capoeira: Samba de roda


Relação com a capoeira:
"Iniciei em 2012 na capoeira, através de uma amiga que infelizmente não treina mais, no dia 01 de abril de 2012, fui acompanhar um treino para conhecer e me apaixonei. Atualmente sou responsável sob a supervisão do Mestre Garibaldo a ministrar os treinos para as crianças da comunidade do bairro onde resido. O trabalho do Mestre Garibaldo é social desde o início não há custo, pedimos apenas dedicação, respeito à arte e comprometimento. A paixão pela capoeira é tão grande que hoje na minha graduação, pedagogia, pesquiso sobre a capoeira como prática pedagógica e suas contribuições para Educação infantil, questão relacionadas ao ensino de história do Brasil, corporeidade e psicomotricidade."

Porque está neste projeto:
"O projeto vem de encontro com algumas de minhas expectativas profissionais e pessoais, Tenho grande interesse por vivenciar e aprender com novas culturas, pesquisei sobre a Indonésia e fiquei imensamente encantada pelas tradições locais. Em minhas pesquisas percebi o quanto as mulheres do país precisam de apoio para se empoderar e acredito que praticar capoeira é um ato de resistência contra as questões de gênero impostas.
Espero poder contribuir e quem sabe ser uma referência de mulher para algumas meninas e mulheres da Indonésia."

Fernanda Guará



Nome: Fernanda Nascimento Bessa
Apelido na capoeira: Guará
Nascida: 25/06/1997
Graduada do Grupo IDEAL Capoeira da Contra Mestra Vermelha
Outra especialidade cultural além da capoeira: Experiências em algumas manifestações.


Relação com a capoeira:
"Há 10 anos conheci a capoeira através de amigos da minha rua onde eu moro, convidou todas as crianças da rua para irem treinar também e eu era uma delas. O projeto de aulas de capoeira tinha acabado de começar no bairro com a CM Vermelha que na época era graduada ainda. E depois desse primeiro contato com a capoeira eu nunca mais larguei, infelizmente toda aquela molecada foram largando aos poucos, mas posso contar que eu fui uma das únicas que permaneceu no projeto fazendo Capoeira. Comecei com 10 anos de idade e confesso que era apenas um esporte para mim, mas ao passar dos anos vi que a capoeira não era apenas um esporte, e sim uma filosofia de vida, um segmento que nos dá a opção de escolha, de entrar nesse mundo mágico de cabeça e ter experiências que só ela (Capoeira) nos pode proporcionar. A Capoeira fez parte do meu crescimento como pessoa, como mulher, na minha formação, no meu seguimento de vida, ajudou na minha educação, sem ao menos eu ainda não ter dado quase nada de retorno para ela (Capoeira). Ela já me proporcionou tudo isso e acredito que irá me proporcionar muito mais. Ainda sou nova de Capoeira, apenas 10 anos, mas já tive muitas experiências e momentos marcantes com ela, dentro do nosso núcleo já passamos por altos e baixos e quando tudo parecia não ter solução, nossa professora nunca nos largou, mesmo tendo todos os motivos e dificuldades ela acreditou em cada um que treinava no projeto sabendo que seria difícil e talvez não tivesse retorno, ela nunca desistiu deste trabalho, e eu mesmo tão nova vendo isso, tenho esse momento marcante em mim. Além do universo da Capoeira, como também da nossa vida, se não tivermos persistência nas coisas que fazemos e queremos fazer, não teremos resultado nenhum. Hoje ainda treino no mesmo lugar e com a mesma professora, muitas coisas ocorreram durante essa caminhada e no meio dessas vieram parceiros e companheiros que foram esses dois: Instrutor Grilo e Instrutor Alagoas (meus parceiros de caminhada também). Juntos com a CM Vermelha fizeram com que o trabalho crescesse e se fortalecesse nos mantendo até hoje. Hoje com minha persistência e dedicação alcancei o nível de graduada dentro na capoeiragem, e estou em busca da melhoria sempre, ainda tenho muito que aprender e passar por situações, mas isso não será pretexto para eu desistir. Eu escolhi a Capoeira e aos poucos estou vendo que ela me escolheu também. Sou difusora dessa arte também. Eu sou Capoeira! Axé"

Porque está neste projeto:
O que me motivou muito foi a ideia do projeto em unir as pessoas (mulheres) para uma oportunidade de colocar em prática o que cada uma já faz individualmente. Conquistar mais esse espaço. E essa viagem irá nos agregar muita bagagem e também fazer enxergar que sonhos podem ser realizados, não só os dos outros. Oportunidade única que abrirá portas para todos, e viver essa experiência vai ser inexplicável ainda mais fazendo o que mais amamos, difundir nossa Cultura!

Josiane Borboleta



Nome: Josiane Dominoni Gomes
Apelido na capoeira: Borboleta
Nascida: 21/03/1976
Graduada do Grupo C.A.S.A. da Iúna do Professor Feijão
Outra especialidade cultural além da capoeira: Samba de roda, Coco de roda, Frevo e Maculelê.


Relação com a capoeira:
"Eu comecei a capoeira na faculdade (1996), tive a sorte de iniciar com uma professora que me inspirou bastante, lembro que no meu batizado já participei do teatro e da apresentação de Maculelê. O que me atraiu na capoeira foi a energia, a possibilidade de ter um momento só meu, onde eu não precisava pensar em nada. Por muito tempo foi assim, buscava os lugares onde eu podia me sentir bem, interagir com as pessoas. Como eu fui meio nômade, acabei treinando com diferentes professores e diferentes grupos. Também fiquei afastada um período por conta de uma cirurgia no joelho e gravidez. Conheci meu marido na capoeira, meu filho nasceu na capoeira. A capoeira para mim é transformação, é necessidade de adaptação, é sair da zona de conforto, é ver além, é provocar mudanças, é construir pontes, é gerar energia positiva! Depois de 17 anos no mundo corporativo, fui desligada (fev/2016) e resolvi assumir outro papel na capoeira, nesse período muita coisa aconteceu, as fichas ainda estão caindo mas acredito que tenho um papel e uma responsabilidade com a capoeira, não dá mais para ser apenas um hobby, é hora de arregaçar as mangas e trabalhar! Minhas conquistas nesse período foi estruturar o trabalho da CASA da Iúna em Jundiaí, ajudar a viabilizar a ida do grupo de capoeiristas para Londres no evento Mulheraça, o intercâmbio cultural na Alemanha e a participação no coletivo de mulheres capoeiristas de Jundiaí e região".

Porque está neste projeto:
"Achei a proposta incrível, participar de um grupo que busca o coletivo, o engajamento das mulheres em parceria com os homens, a possibilidade de troca, novas vivências e experiências. Viajar é maravilhoso por si só, ter a oportunidade de viajar para um país onde a cultura é totalmente diferente da nossa, com a capoeira e a cultura brasileira como ferramenta é incrível! Imagino o quanto traremos de bagagem e o quanto deixaremos de nós por lá. O fato de poder contribuir com a minha experiência e ajudar o grupo na realização de um objetivo maior e ver a forã do coletivo em ação para mim é um resultado sensacional!"

Pamela Pequena



Nome: Pamela Cristina Almeida Silva
Apelido na capoeira: Pequena
Nascida: 26/05/1991
Aluna avançada do Grupo Guaraúna do Professor Buiu (Lenílson)
Outra especialidade cultural além da capoeira: Maculele



Relação com a capoeira:
"Conheci a capoeira quando tinha apenas 5 anos de idade, junto aos meus pais que também praticavam. Uma chama acesa à 22 anos atrás, que jamais se apagou. Entrei no Guaraúna em 2011, onde minha perspectiva para a capoeira mudou totalmente. Sempre morei em comunidade, mas nunca vi o grande "caos" em que vivia, e que a capoeira poderia ser ferramenta: de inclusão social; de educação; de formação de cidadãos; que poderia ser ferramenta para levar alegria; que poderia alimentar crianças famintas, que poderia tirar crianças, jovens e adultos da vida do crime. Enfim vários aspectos que eu só tive a oportunidade de conhecer após entrar no grupo Guaraúna, grande respeito com meu Mestre que me ensinou os primeiros passos e meus pais. Hoje junto com meu Professor e todo grupo atendemos semanalmente cerva de 230 pessoas aqui na Região sul de São Paulo. Capoeira para mim está muito além dos bons cantadores, jogadores, ou tocadores, capoeira é viva, ela move, ela nos transforma, ela vibra, ela alimenta alma, corpo e mente. É por isso que vivo por ela, que amo estar nos guetos/comunidades por ela, e não trocaria minha vida ou esta arte por nenhuma outra. "Capoeira é tudo que a boca come e mais um pouco"."

Porque está neste projeto:
"A oportunidade de conhecer novas pessoas, e de firmar as amizades que já conheço, o desafio do trabalho em equipe, a oportunidade de aprender mais e mais sobre a capoeira, e ser exemplo para as crianças, jovens e adolescentes que acompanho e que estão começando agora na capoeira, que a capoeira além de transformar vidas pode te levar para conhecer o mundo inteiro."