segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Júlia Calada



Nome: Júlia Andrade da Cruz
Apelido na capoeira: Calada
Nascida: 27/10/1986
Aluna avançada do Grupo Geração Capoeira, Mestre Bambu.
Outra especialidade cultural além da capoeira: 
Experiências em algumas manifestações.

Relação com a capoeira:
"Comecei a treinar capoeira em 2002, com 15 anos, na academia do Mestre Bambú, no bairro da Aclimação. Foi meu primeiro contato e, desde então, minha ligação com a capoeira se tornou cada vez mais forte. Junto com o grupo, Mestre Bambú, nosso padrinho Mestre Zé do Lenço, da Bahia, e meus amigos, contramestre Pardal, e os professores Bixiga, Pavio, Royal, Jaque, Forró aprendi a respeitar a capoeira em cada um de seus rituais, suas tradições, respeitar sim os mais velhos, e principalmente a ouvi-los, ter em seus ensinamentos a maior riqueza que podemos levar para a vida em tudo o que a gente realizar, seja dentro ou fora da capoeira. Aprendemos também o quanto a capoeira é identidade, o quanto ela representa a luta do povo negro por sua libertação e o quanto ela está profundamente ligada à história do Brasil. Nesse sentido, há cerca de três anos, iniciamos um projeto na UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo) com o objetivo de oferecer, proporcionar essa arte a alunos de escolas públicas. De inicio, o foco tem sido estudantes e também moradores do bairro da Bela Vista, mas o plano é estender para as demais regiões da cidade. O projeto está sendo realizado pelo nosso grupo, Geração, em parceria com o Grupo Quilombolas de Luz, representado pelo professor Carlos Quilombola, e atende hoje cerca de 150 pessoas, principalmente crianças e adolescentes. Uma das atividades do projeto é realizar apresentações de capoeira nas escolas e é impressionante como ela é pouca conhecida entre a juventude. Algo que parece totalmente invertido no que se refere à valorização da nossa cultura, e acredito não ser muito diferente em relação a outras manifestações populares como Samba de Roda, Coco de Roda e Jongo. Manifestações essas, inclusive, que só pude ter o prazer de conhecer através da capoeira. Ela tem mesmo muito a nos ensinar! Muito importante para mim também têm sido os treinos especiais de mulheres, organizados pela Contramestra Natália. Há quase um ano participo dessas atividades que são enriquecedoras. São treinos, musicalidade, encontros, conversas sobre capoeira, cultura popular e, principalmente a importância das mulheres se organizarem enquanto fortes representantes da nossa arte!"

Porque está neste projeto:
"Poucas vezes eu pude viver na capoeira ações de integração tão forte, que envolvessem tantas pessoas de grupos diferentes, com histórias diferentes, com trabalhos incríveis. E se o objetivo é compartilhar a nossa cultura com outros povos, trocar experiências com outras culturas, ensinar e também aprender, tenho certeza que é algo de muito valor e faço parte disso com o maior orgulho!"

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